Guia de Implementação do Projeto de Padronização e Qualificação dos Dados Assistenciais da Saúde Suplementar (PQDAS)
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Modelo de informação

Modelo de informação

A modelagem de informações de saúde deve ser desenvolvida por técnicos de competência clínica / negocial na condução, análise e manutenção das especificações do domínio da saúde, de forma a atender as necessidades dos processos da saúde na implementação tecnológica. Nesse sentido, o engajamento dos clínicos e especialistas negociais é essencial para viabilizar a adequação e segurança do conteúdo no uso primário e secundário dos dados.

Considerando a norma ISO 13.972:2022, o Modelo de Informações Clínicas (do inglês: Clinical Information Model - CIM) é um modelo conceitual e lógico projetado para expressar um ou mais conceitos clínicos e seu contexto de forma padronizada e reutilizável, especificando informações clínicas como um conjunto discreto de elementos de dados clínicos.

O processo de elaboração e manutenção de um CIM (Figura 4) deve conter uma lista de conceitos dos modelos de dados, expressos em elementos de dados, acompanhados de texto para esclarecer seu significado.

Figura 4 – Elaboração do CIM



Fonte: PQDAS, 2023.


O modelo de informação (MI) conterá conceitos e as propriedades desses conceitos, modelados como atributos e expressa claramente quais elementos são de dados codificados ou "dados com terminologia padronizadas˜, usados para garantir que as informações sejam interpretadas de maneira uniforme e precisas em sistemas e aplicações dentro de um domínio ou indústria específica. A terminologia padronizada pode incluir códigos, classificações, vocabulários controlados ou outros métodos de representação de dados que seguem normas ou padrões estabelecido

A elaboração do MI deve contar com modelador de informação clínica e terminologista para organizar e conferir coerência e pertinência as especificações dos dados expressos, como os componentes do quadro a seguir:

Item / Nível: descreve o nível do elemento no modelo de informação;

Ocorrência: apresenta o número de vezes que o elemento deve/pode aparecer, a saber: [0..1] o elemento é opcional e, se ocorrer, deve aparecer apenas uma vez, [1..1] o elemento é obrigatório e deve estar presente uma única vez, [0..N] o elemento é opcional e pode ocorrer várias vezes ou [1..N] o elemento é obrigatório e pode ocorrer várias vezes;

Elemento: apresenta o elemento a ser informado, conforme a ocorrência;

Descrição/Regras: apresenta o conceito relacionado ao elemento, pode indicar a(s) regra(s) ou normativo(s) referente(s) ao elemento, incluindo o vínculo semântico;

Tipo de dados: descreve o tipo de dado a ser utilizado para preenchimento;

Dado: apresenta os dados possíveis, conforme o tipo de dado descrito na coluna anterior (tipo de dado). No caso de terminologia extensa (com muitos valores), recomenda-se a indicação do vínculo semântico na descrição do elemento.

O equilíbrio entre estrutura - modelo de informação - e terminologia (Figura 5) é fundamental para alcançar a interoperabilidade semântica nos sistemas de saúde. O modelo de informação fornece a estrutura para organizar os termos em um contexto significativo e o uso de terminologias padronizadas garante que todos os envolvidos compreendam os termos e conceitos usados nos registros clínicos.

Desse modo, fornecem a estrutura e a linguagem necessárias para garantir a consistência, a compreensão e gerenciamento preciso e significativo dos dados, viabilizando a troca eficaz de informações clínicas entre diferentes sistemas e profissionais de saúde.

Figura 5 - Equilíbrio entre estrutura e terminologia



Fonte: adaptado de IHTSDO, 2014.


Homologação dos modelos de informação

O processo de homologação modelos de informação: Guia Consulta , Guia SPSADT , Guia Resumo de Internação, Guia Tratamento Odontológico , Guia Honorários , Notificação de contratação por valor pré-estabelecido , Notificação de outras despesas assistenciais , Componente de Utilização e Fornecimento de itens assistenciais , contou com atividades de análise e consenso dos conceitos, definições e terminologias junto ao grupo de trabalho das gerências GEPIN e GEMOA da ANS, que também ponderou a compatibilidade dos elementos às normas institucionais vigentes. Esse processo foi concluído em 14 de agosto de 2023.

Governança do CIM

Considerando o processo de elaboração do CIM (Figura 4) cabe tratar da importância da governança do MI e suas partes de modo a contemplar a manutenção evolutiva e corretiva dos artefatos em futuras versões. Todas as versões de um CIM normalmente devem ser retrocompatíveis com versões anteriores.

Dessa forma, é recomendável o gradual ajuste do modelo de governança do TISS, de modo a contemplar a utilização de boas práticas e o uso da ferramenta de gestão de terminologias. Além da inclusão do COPISS, do Comitê Gestor de Saúde Digital do Ministério da Saúde e HL7 Brasil na colaboração para contribuição do conteúdo desenvolvido nesse projeto na evolução da Estratégia de Saúde Digital do país.